terça-feira, 19 de agosto de 2014

História de Iris.

Pessoas, desculpem a demora pra postar alguma coisa aqui, mas eu estava ocupada com uma mesa de D&D 4.0 (minha primeira mesa de D&D, diga-se de passagem), criação de minha personagem, e, em especial, a história.
Minha personagem é uma Feral Druida (Feral de dentes longos e druida predadora, pra ser mais específica), de nome Iris. Achei legal, pra bolar a história, escrevê-la. Assim ela fluiria melhor.

Segue a história de Iris, contada quando ela está na cidade dos humanos:


"Sei o que vocês estão pensando. Não é comum que alguém de minha espécie circule pelo meio de seres tão comuns, egoístas e facilmente corruptíveis quanto os humanos. Eu também não queria estar circulando por aqui. Mas fui forçada.

Minha história começou muito antes de eu aprender os poderes da natureza, ao menos da maneira como conheço agora. Minha história, a história que me fez virar quem eu sou, começou com o assassinato de minha irmã pequena, Aurora.

Desde que nossos pais morreram em decorrência de uma peste em nossa região, a obrigação de cuidar e criar minha irmãzinha ficou sendo minha. O que restou de nosso povo lutou bravamente contra a morte, a fome e a urbanização forçada dos habitantes das selvas de pedra. Nos reerguemos, reestruturamos nosso lar e nossa forma de governo, que consiste em um líder, assumido como tal por combate.

Rajah, nosso líder, era muito temido por todos, mas, principalmente, admirado. Ele substituiu o papel de pai de muitos, inclusive o meu e de minha irmã. Tivemos a sorte de ter um líder que, apesar de ser o mais forte, não negligenciava coisas essenciais ao povo como cultura, conhecimentos do mundo que nos rodeava, respeito, ética, honra. E foi essa última que faltou ao Khan, um membro que sempre fora sedento de poder, e muito fraco para toma-lo pelos meios tradicionais.

Rajah era muito querido, em especial, pelos filhotes, como minha irmã. Aurora ia todos os finais de tardes com as outras crianças ouvi-lo falar sobre a importância do conhecimento do território, da proteção à nossa terra, dos valores que temos. Ou tínhamos. Aurora, sempre muito curiosa e sedenta de sabedoria, ia sempre mais cedo que os outros filhotes, só para ouvi-lo mais tempo.

Numa noite, Khan apareceu ao mestre na frente de todos, insultou-o chamando-o de fraco, e o desafiou para um combate pelo poder. O perdedor deveria pagar a pior pena para nós: Deixar nossa terra e nunca mais voltar. Rajah aceitou. O combate seria no final da tarde do dia seguinte.

No outro dia, pouco antes da hora do combate, Aurora, preocupada com Rajah, escapou de casa, provavelmente no intuito de ver o líder mais uma vez e tentar confortá-lo. Ao chegar lá, acabou pegando em flagrante Khan, colocando sorrateiramente líquido extraído de plantas venenosas na bebida de Rajah. Revoltada, Aurora gritou para impedi-lo, e disse que contaria ao mestre. Pura inocência de filhote... Khan matou aurora enfiando suas garras em seu pescoço sem pensar duas vezes. Eu, que tinha saído de casa desesperada à procura dela, cheguei no lugar certo, mas na hora errada. Eu a assisti morrer, impotente.

Enquanto meu grito de ódio ensurdecedor soava no ar, antes que percebesse, eu já havia me transformado em minha forma selvagem e tinha despedaçado-o. Depois disso, vi o frasco de coleta do extrato das plantas venenosas e pude entender o que havia acontecido.

Depois de informar ao líder o que houvera, ele me olhou com muita compaixão, e com pesar em sua voz, disse: “Admiro a coragem da pequena Aurora e lamento muito sua perda. No entanto, tenho que dizer que a pena para assassinato é a expulsão imediata. Khan não tem como pagar sua pena pelo assassinato que cometeu, mas você precisa fazê-lo.”

E então, eu fui embora com a dor no coração, a perda da minha irmã e o pesar do mestre como companheiros de viagem.

Com o tempo isolada na floresta, pude – e tive que – aprimorar meus conhecimentos nas artes da terra, bem como na magia contida na fauna e flora. Passei a ser seguidora de Melora, deusa das regiões selvagens, da terra e do mar, que eu já ouvia falar antes em minha terra. Depois de me tornar uma druida, comecei a tratar praticamente tudo como uma relação de ganhos e perdas, entrar em uma situação apenas se me envolver emocional, ética ou fisicamente. Jurei pra mim mesma que teria um nome, uma história, seria respeitada e teria honra, assim como Rajah. Jurei por Aurora.

E as oportunidades de crescimento, reconhecimento e glória eram maiores aqui, nessa coisa chamada de “cidade”. Eu não pedi pra estar aqui, mas as circunstâncias me fizeram estar.

Então parem de me olhar desse jeito. Tenho uma história. Tenho um motivo."


- Ana Beatriz V.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Soco.


E de repente eu sinto. Um soco. Bem no peito. Uma mira perfeita para acertar nas feridas que já foram magoadas tantas e tantas vezes. O pesar, o impacto do golpe, faz com que eu me encolha, que lágrimas brotem em meus olhos, que eu deseje nunca ter cometido a burrice de confiar que seria diferente. Que eu não ia sentir. Que não ia doer.


 - Ana Beatriz V.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Demolir para construir-se

Quando me olho no espelho, tento me lembrar do que via no espelho de alguns anos atrás. E, se eu me visse do mesmo jeito de antes nos dias de hoje, me detestaria.

A nossa aparência, nossa personalidade e nosso modo de encarar a vida depende dos nossos conceitos no momento. Do que enxergamos em relação a nós.

Antes, eu me via como uma “menina correta”. Não usava maquiagem, não me arrumava, criticava todos à minha volta pelo simples fato de pensarem de modo diferente do meu. Minha intolerância religiosa, de gênero e comportamental era evidente e eu nem me esforçava pra fazê-la menor. Eu enxergava o mundo com a perspectiva de que só pode haver um lado certo.

Eu tinha a mente cercada por um muro de crenças, dogmas e imposições. Cresci com eles. Mas, com o passar do tempo, me recusei a continuar colocando tijolos, ou mesmo manter o tal muro lá, impedindo minha visão. Comecei a derrubá-lo, primeiramente aos poucos. Depois que ví o que me aguardava lá fora, continuei com a demolição ainda mais rapidamente, ansiando por ver mais. Sentir mais. Provar mais. Viver mais.


Lá, fora dos muros, existe um oceano de possibilidades, onde mal se vê a linha do horizonte. Lá, fora dos limites que você mesmo impôs, há muitas respostas, bem como muitas perguntas também. Lá fora, a vida te convida a dançar, te convida a experimentá-la como você nunca fez. Lá fora, você pode, assim como eu, se descobrir outra pessoa. Uma pessoa que se olhe no espelho e se apaixone pelo que se tornou. Mas isso só pode ser feito lá fora, depois que as paredes forem derrubadas.

 - Ana Beatriz V.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Último Desabafo - 21/03/14


Você disse que me expresso melhor escrevendo. Bem, então vou tentar.

Tenho orado e pedido orientação a Deus. Tenho recebido muitas respostas, mas são um tanto quanto difíceis de interpretar.

Tenho, durante esses cinco anos, honrado nosso compromisso. O compromisso de namorarmos para nos conhecer, e posteriormente casar. Esse foi meu último sonho cultivado, cuidado com carinho. Mas aí, pela quinta vez, quebrou. E eu estou, novamente, tentando juntar os pedaços, colar cada minúsculo caco. Mas isso leva tempo, e a cada vez que quebra, fica mais difícil. Estou sentindo que está se tornando impossível colar tudo de novo.

Tenho tido dúvidas sobre nosso compromisso. Afinal, que compromisso é esse? De quebrar os corações e indefinir situações já concretizadas? Se existe um compromisso de fato, quero uma prova real e concreta disso. Chega de promessas não cumpridas, de sonhos desfeitos, de meias-palavras, de “conselhos de amigos”. Somos eu e você que estamos nisso. Nossas vidas, nossos corações, nossas almas. Quero saber se eu de fato tenho algo a honrar.

O que era antes algo “bonito e criado por Deus”, virou convenientemente “somente uma queima de etapas”. Digo 'convenientemente' porque continuo com a opinião de que você só quer desculpas para complicar as coisas. Você quer curtir a vida de adolescente que nunca teve. Você tem medo de assumir um compromisso que JÁ assumiu. Você fez a parte boa, sem querer se envolver de fato, com os problemas, o pesar. Isso, você deixou para mim.

Você está sendo egoísta. Você me moeu por dentro. E quanto a mim? Eu ainda tento juntar os grãos, colá-los e coloca-los na ordem certinha. Mas dói. Leva tempo. E eu, burramente, insisto. Insisto porque me importo. E você parece saber disso para se aproveitar. Não digo que você faz tudo isso conscientemente, mas você, inevitavelmente, faz. E é isso que conta. É isso que importa. E é isso que dói.

O pior de tudo é que, mesmo tentando juntar o pó e refazer o sonho/meu coração, eu me sintia feliz por ter você comigo, quando eu não pensava a respeito do que poderia ter sido uma suposta linda história de amor. O nosso amor. Agora, eu tenho que pôr um fim a isso. Não sou garota de meias palavras, de stand-by, de lógica puramente racional. Sou coração. Essa é minha essência. E ela está aos pedaços.

- Ana Beatriz V.